sábado, 15 de agosto de 2015

EU LI AS PEÇAS INFERNAIS | Livro: Princesa Mecânica - Cassandra Clare


Princesa Mecânica é a conclusão da trilogia As Peças Infernais. Se você não leu Anjo Mecânico e Príncipe Mecânico, sugiro que não continue lendo esta resenha. Se continuar, boa leitura!

As Peças Infernais #3
Título original: Clockwork Princess
Autora: Cassandra Clare
Editora: Galera Record
Páginas: 433
Ano: 2013
Nota: 5/5 + 

" - Lembro-me do que me disse uma vez - continuou ele. - Que as palavras têm o poder de nos transformar. Suas palavras me transformaram, Tess, me fizeram um homem melhor. A vida é um livro, e há mil páginas que ainda não li. Leria com você, quantas pudesse, antes de morrer..."

Sinopse (contracapa): O mistério que liga Tessa Gray ao Magistrado continua indecifrável. Por que Mortmain precisa tanto de Tessa para fechar o quebra-cabeça das Peças Infernais? Além de tudo, enquanto luta para descobrir mais sobre o próprio passado, ela acaba se envolvendo cada vez mais no mundo dos Caçadores de Sombras e num triângulo amoroso que pode trazer consequências nefastas para todos que ela ama.



É sempre difícil pra mim escrever sobre o último livro de uma série ou trilogia. Não encontro palavras suficientes e não consigo expressar tudo que senti. E meu Deus, eu senti muitas coisas. Muitos sentimentos por Princesa Mecânica.

Ler esse terceiro livro dolorosamente lindo foi uma jornada e tanto. Nem sei por onde começar. Bom, logo nas primeiras páginas Cassie quase me fez chorar. Também me deixou cheia de teorias sobre como tudo terminaria.




O mundo dos Caçadores de Sombras é algo genial. Cassie é brilhante em tudo. Eu tento encontrar alguma falha, algum detalhe que ela tenha deixado passar, mas não consigo. Essa mulher pensa em tudo, dando um tapa em nossa cara com certas revelações. Ela liga os pontos e deixa tudo claro para o leitor, me fazendo amá-la, mesmo tendo ficado triste com algumas coisas.

Eu tentei ler devagar, tentei absorver cada página, aproveitar cada momento com o livro na mão. No começo deu certo, mas então o marcador começou a se mover rápido demais.

Quando faltavam apenas três capítulos, depois que todo o mal passou, chegando o momento das conversas definitivas, aquela calma após a batalha, eu me vi ansiosa e com medo de ler o epílogo. Mas eu sabia que tinha que ler, tinha que concluir essa trilogia pela qual me apaixonei, mas que ao mesmo tempo destruiu meu coração. E li. E chorei.



Princesa Mecânica não é perfeito. Mas é lindo, doloroso, triste, sensível e marcante. Tem um ritmo, uma ação, uma estrutura diferente de todos os outros livros da Cassandra.


"(...) Acho que quando fazemos escolhas, pois cada escolha independe de qualquer outra que tenhamos feito antes, precisamos examinar não só nossos motivos, mas as consequências que elas trarão e se boas pessoas vão se machucar com nossas decisões." - página 235

Me acostumei muito ao cenário de As Peças Infernais. Além do próprio Instituto, a Londres Vitoriana é incrível, com o vocabulário delicado, os costumes diferentes.

Os diálogos são maravilhosos. Sérios, divertidos, românticos, emocionantes. Citações lindas, lindas. A escrita da Cassie, apesar de em certos momentos ser difícil, pelo menos para mim, é por vezes poética.



Um ponto forte da trilogia são suas personagens. Posso dizer que achei todos muito interessantes. Claro que há o vilão e pessoas que trabalham junto a ele, mas mesmo estes são personagens muito bem criados. Há também os personagens coadjuvantes, mas que em algum momento ganham destaque e também meu coração. Charlotte e Henry, Cecily, Sophie, Gideon e Gabriel Lightwood... São todos muito queridos por mim, tanto quanto os protagonistas. Ah, os protagonistas (suspiro). O trio principal de As Peças Infernais é adorável. Não tenho as palavras certas para descrever o quanto os amo. Tessa, Will e Jem são personagens lindos por dentro e por fora. Cada um tem seus desafios, seus momentos tristes e felizes. Me surpreendi muito, me frustrei muito, suspirei muito.

Acho incrível a maneira como Cassie coloca cada personagem na trama. Como os descreve, como fala de seus sentimentos, como nos conta suas histórias de vida, como cria personalidades completamente diferentes umas das outras, e como muitos deles acabam me fascinando.

Eu admiro muito a maneira como a Cassie coloca as questões pessoais, o amor, o perdão, as razões para os planos do vilão, a vingança, a morte. Ela tem um dom para contar a história de um jeito único.



Bom, acho que estou enrolando para falar, na verdade, do final de Princesa Mecânica. Sem spoilers, é claro!

Como eu disse, eu chorei. E isso não acontece com frequência. Acredito que a maneira da Cassie de narrar, as palavras que escolheu, o tempo que levou para tudo acontecer, mexeu verdadeiramente comigo.

Eu queria muito falar sobre um casal, que além do trio principal, me deixou toda sorrisos e borboletas no estômago: Sophie e Gideon. Meu Deus, esses dois. Amo a jornada deles. Amo tudo que acontece entre os dois para chegarem onde chegaram. É um casal muito querido por mim.



Sobre o epílogo, bom, não posso dizer muito, apesar de querer profundamente falar sobre tudo, mas eu não esperava aquilo. Primeiramente preciso dizer que peguei muitos spoilers de Princesa Mecânica, mas mesmo assim fiquei abalada, chocada e emocionada com muitas coisas. O encanto do epílogo me fez sentir uma tristeza enorme. Senti um vazio no peito por ter que me despedir da trilogia. Ela me deixou muito feliz durante a leitura dos livros. Acredito ter aproveitado cada um, mesmo não tendo favoritado Anjo Mecânico e Príncipe Mecânico.


"Ave atque vale, pensou Will. Saudações e adeus. Nunca tinha pensado muito nas palavras antes, nunca pensou em por que não eram apenas uma despedida, mas também uma saudação. Todo encontro levava a uma partida, e assim seria, enquanto a vida fosse mortal. Em todo encontro, havia um pouco da tristeza da separação, mas, em toda separação, havia um pouco da alegria do encontro." - página 387

Não me decepcionei com o final, só acho que me encontro entre sentimentos conflituosos. Mas é lindo, pode ter certeza.



" - Atque in perpetuum, frater, ave atque vale - sussurrou. As palavras do poema nunca pareceram tão adequadas: para todo o sempre, meu irmão, saudações e adeus." - página 187

As Peças Infernais me mostrou um amor diferente e muito forte, traição, perdão, descobertas sobre si mesmo, coragem, lealdade, amizade. Uma trilogia fascinante e muito bem escrita.

Posso dizer, finalmente, que li As Peças Infernais, e que os livros contam uma história incrível.

Nas primeiras páginas do livro há uma árvore genealógica. Peguei uns spoilers por ali, então aconselho dar uma olhada nela só depois de terminar o livro.

Abraços!

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